Espaço do Internauta

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

DF suspende atividades escolares ao ar livre no período da tarde

Nova avaliação do índice deve ser feita em 48 horas, segundo Defesa Civil.
Portaria estabelece estado de alerta no DF devido à baixa umidade do ar.

Do G1 DF

O governo do Distrito Federal suspendeu as atividades ao ar livre em todas as instituições de ensino entre 13h e 17h. A medida é prevista na portaria conjunta que declara estado de alerta por causa da baixa umidade do ar, assinada nesta sexta-feira (9) pelas secretarias de Governo, Educação, Segurança Pública e Defesa Civil.
De acordo com o secretário de Defesa Civil, Paulo Matos, este ano o DF vive uma situação atípica. “Estamos durante muito tempo sob um índice de umidade do ar baixo. Não passado [o valor] chegou a ser mais baixo, mas o índice subiu mais rápido”, afirmou.
Bombeiros combatem incêndio no Jardim Botânico. (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)Bombeiros combatem incêndio de grandes proporções no Jardim Botânico nesta sexta-feira (9) (Foto: Vianey Bentes/TV Globo)
Matos disse também que uma nova avaliação da umidade do ar deve ser feita em 48 horas. Nos últimos três dias, segundo o secretário, o DF registrou índice entre 20% e 12%. "Hoje está em 13%, com temperatura de 32° C."
O secretário de Educação, Denílson Bento da Costa, afirmou que não há risco de cancelamento das aulas. “[A suspensão pode acontecer quando a] Escola não tenha condições de oferecer nenhuma atividade que não seja ao ar livre. [...] É preferível que ela receba esses alunos porque em muitas comunidades eles ficariam na rua e também estariam expostos”, disse.
Nesta sexta, porém, escolas do DF suspendaram aulas por causa da fumaça de queimadas que tomou conta de Brasília.
Área queimada por incêndio no Jardim Botânico. (Foto: Vianey Bentes/TV Globo) 
Área consumida por incêndio no Jardim Botânico
(Foto: Vianey Bentes/TV Globo)
Para controlar os incêndios, o coronel do Corpo de Bombeiros Luiz Blumm disse que a corporação adiantou em 20 dias a estreia de um avião de combate ao incêndio. Segundo o militar, a aeronave, que está em fase de testes, é considerada a mais moderna do mundo e consegue carregar 3,1 mil litros de água por viagem.
Outros dois aviões de tecnologia semelhante, uma aeronave de observação e dois helicópteros, também estão sendo usados nesta sexta. Além disso, cerca de 500 bombeiros trabalham no controle dos focos. O coronel afirmou que a área queimada no DF até 7 de setembro, mais de 10 mil hectares, já superou a extensão atingida em 2010, 8,9 mil hectares.
Blumm disse ainda que a queimada na região do Jardim Botânico, que atingiu a Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília e a área de proteção ambiental do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está sob controle. “Atualmente o que mais nos preocupa é o fogo na Floresta Nacional.”
De acordo com a UnB, grande parte dos 4,5 mil hectares da fazenda foram consumidos. A instituição disse que o local abriga mais de 150 projetos de pesquisa e que muitas espécies vegetais usadas nos estudos foram destruídas.
O Corpo de Bombeiros informou que também houve registro de ocorrências em Brazlândia, no Parque Nacional e próximo ao Presídio Feminino do Distrito Federal, mais conhecido como Colmeia. A corporação afirmou que ainda não é possível estimar os danos.
A fumaça dos incêndios levou o Aeroporto Internacional de Brasilia a funcionar por instrumentos nesta sexta. Segundo a Infraero, nenhum voo foi cancelado por falta de visibilidade. A partir das 10h20, os pousos e decolagens passaram a ser feitos visualmente.
A organização do 1º Campeonato Nacional de Balonismo da Independência resolveu cancelar as provas desta sexta em razão da falta de visibilidade.
Escolas públicas no Lago Sul cancelaram as atividades na manhã desta sexta-feira (9). Funcionários das unidades informaram que os diretores do Centro de Ensino Fundamental nº 6 e do Centro Educacional do Lago decidiram encerrar as atividades porque o ambiente escolar estava tomado pela fumaça.
"Os alunos estavam passando mal por causa da fumaça”, disse a professora do Centro de Ensino Fundamental nº 6, Selene Carvalho.
A vice-diretora de uma escola no Lago Sul que teve as aulas suspensas nesta manhã Kátia José Teixeira da Silva disse que foi preciso suspender as aulas devido à densidade da fumaça.
“Não tinha condições de as crianças respirarem. Algumas chegaram a passar mal. Tivermos de ligar para os pais para vir buscar [os filhos] imediatamente. Seguimos uma recomendação da Defesa Civil.”
Para a estudante Érika Renise, de 15 anos, “Brasília parecia cena de filme” na manhã desta sexta-feira. Na escola dela, os alunos foram liberados 15 minutos antes do horário normal por causa da fumaça. “A cidade estava estranha. Bebi mais água que o normal e não tive atividade física na escola.”
Nesta quinta-feira (8), a Escola Classe Jardim Botânico suspendeu as atividades por causa da fumaça. Segundo a Secretaria de Educação, a direção considerou as condições insalubres, porque a fumaça dos incêndios fica no ar por cerca de 24h.
Seca
A alta temperatura e a seca influenciam no número de ocorrências. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) calcula que pelo menos 160 grandes focos do incêndio tenham atingido o DF de janeiro até o último dia 7. O número é menor do que o registrado pelo Corpo de Bombeiros porque o instituto só considera os focos com mais de 1 metro de largura e 30 metros de extensão.
De acordo com o Inpe, os focos diminuíram neste ano. Os 160 registrados em 2011 são 48% a menos do que os 309 registrados em 2010 no mesmo período. Um mapa sobre os riscos de incêndio na região, no entanto, mostram que quase todo o Distrito Federal tem risco crítico ou alto de incêndio.
Dados do Corpo de Bombeiros mostram que foram queimados 10.305 hectares no DF neste ano. De 16 de maio, quando aconteceu o primeiro incêndio, até a útima quarta-feira (7), foram registrados 2.458 incêndios. Esse número não inclui os focos, que são pequenos incêndios que podem se extinguir sozinhos ou sem a ajuda de profissionais.
O balanço deste ano, no entanto, deve apresentar uma diminuição de 10% a 15% em relação ao ano passado, quando aconteceram cerca de 3 mil incêndios. Para Oliveira, essa diminuição é reflexo do trabalho de prevenção dos bombeiros, que orientaram agricultores sobre como controlar fogueiras e a queima do pasto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ideal a umidade acima de 60%. Entre 30% e 20% é considerado estado de atençã. Abaixo de 20% até 12% é decretado o estado de alerta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário