Dançarinos de passinho viram celebridade na internet e favelas do RJ
Meninos improvisam passos de dança com fusão de diversos ritmos.
Gritos da plateia e comentários na internet elegem o 'cara' do passinho.
Nada de popozudas e nem glamurosas, as meninas de bumbum avantajado
perderam espaço nos bailes funk das comunidades cariocas para os reis do
passinho. Meninos que parecem ter o corpo feito de mola atraem a
atenção do público com coreografias misturadas de ritmos como frevo,
break e hip hop. Cada novo passinho merece um post no You Tube, e assim,
eles travam duelos virtuais e reais, para escolher o melhor do estilo.
Os adeptos do movimento garantem que os passinhos os tornam celebridades
nas favelas e na internet.
O auxiliar de pedreiro, Luan Henrique Azevedo, de 18 anos, é considerado um dos ícones do passinho. A fama ele conquistou há três anos, após publicar um vídeo na internet, que já teve mais de 540 mil acessos. As imagens mostram o jovem dançando com outros três amigos, em uma rua da favela Cidade Alta, em Cordovil, no subúrbio do Rio. Na ocasião, o som de um carro foi o DJ da festa improvisada. Mas na ausência de música, os meninos reproduzem a batida do funk com as mãos.
O cara do passinho
Luan revela que para ser “o cara” do passinho, não basta apenas ser bom na dança. Segundo ele, a aparência é importante, assim como o perfume e as roupas, preferencialmente de grifes esportivas. O modelito para ir ao baile pode chegar a R$ 700.
“Eu trabalho e assim que recebo o dinheiro, eu vou ao shopping, e compro roupas para mim. Uma camisa boa custa em torno de R$ 100, o short também sai por esse valor, e o tênis pode chegar a R$ 500. Mas comigo não tem miséria, eu gosto de pagar tudo à vista, não sou de parcelar as compras. Estar bem arrumado, com o cabelo cortado, isso importa tudo para mim. Não apenas colocar qualquer tipo de roupa e chegar no baile e dançar. Tem que ter uma aparência bem boa.”
Luan revela que ser bom no passinho traz além de reconhecimento, o assédio das meninas. Ele diz que sua namorada fica preocupada por ele ser o centro das atenções do baile.
“Qual é a garota que está namorando com o rei do passinho, a celebridade, e não vai se preocupar em vigiar o namorado? Ela sempre está dando uma olhada, porque a gente fica rodeado de garotas no baile. Ela sempre tem que ficar observando, porque sabe como é né, a gente vira celebridade, e as garotas ficam com medo de perder para outras garotas”, explica o auxiliar de pedreiro.
Irmão segue o mesmo passo
O sucesso de Luan fez com que seu irmão mais novo, Ronan, estudante de 17 anos, também seguisse literalmente o mesmo passo. O estudante explica que as batalhas de passinhos não têm pontos, o que determina quem é melhor são os gritos da plateia formada. Na internet, segundo o adolescente, os comentários postados por outros usuários do site é o que elege o vencedor da disputa.
“É uma sensação muito boa quando você está na roda de passinhos e a galera começa a gritar, parece que você é o rei da favela. Ás vezes nas batalhas há apostas em dinheiro, mas o lance é de no máximo R$ 10”, diz.
O pizzaiolo Wallace Teixeira, de 20 anos, começou a dar os primeiros passos de break, em 2008. Os movimentos produzidos pelo rapaz despertaram o interesse de outros freqüentadores dos bailes funk. Atualmente, Wallace dá aulas de passinho em casa, na Abolição, também no subúrbio do Rio.
“Poucos meninos conseguem ganhar dinheiro com o passinho. Todo mundo diz que a gente dança bem, mas faltam oportunidades, então para se sustentar temos que procurar outro tipo de emprego. É muito engraçado, eu preparo pizza dançando para descontrair e treinar uns movimentos diferentes”, fala Wallace.
Duelo em palco da classe média
Ao perceber o fenômeno na internet, o produtor cultural Julio Ludemir, resolveu levar a batalha de passinhos ao Sesc Tijuca, um palco habitualmente freqüentado pela classe média carioca. No dia 25 de setembro, vários meninos vão mostrar as habilidades com o corpo. Os melhores vão poder se apresentar em um outro evento do Sesc, onde vão ganhar cachê pela participação artística.
“O grande barato é customizar a dança, cada um cria a sua onda. O passinho tem uma nomenclatura livre, o mesmo passo recebe nomes diferentes de acordo com as comunidades. O passinho se afasta do campo de apologia ao crime e da imagem do erótico, isso é bom, porque se desvincula daquilo que tornava o funk perigoso”, ressalta Ludemir.
O auxiliar de pedreiro, Luan Henrique Azevedo, de 18 anos, é considerado um dos ícones do passinho. A fama ele conquistou há três anos, após publicar um vídeo na internet, que já teve mais de 540 mil acessos. As imagens mostram o jovem dançando com outros três amigos, em uma rua da favela Cidade Alta, em Cordovil, no subúrbio do Rio. Na ocasião, o som de um carro foi o DJ da festa improvisada. Mas na ausência de música, os meninos reproduzem a batida do funk com as mãos.
O cara do passinho
Luan revela que para ser “o cara” do passinho, não basta apenas ser bom na dança. Segundo ele, a aparência é importante, assim como o perfume e as roupas, preferencialmente de grifes esportivas. O modelito para ir ao baile pode chegar a R$ 700.
“Eu trabalho e assim que recebo o dinheiro, eu vou ao shopping, e compro roupas para mim. Uma camisa boa custa em torno de R$ 100, o short também sai por esse valor, e o tênis pode chegar a R$ 500. Mas comigo não tem miséria, eu gosto de pagar tudo à vista, não sou de parcelar as compras. Estar bem arrumado, com o cabelo cortado, isso importa tudo para mim. Não apenas colocar qualquer tipo de roupa e chegar no baile e dançar. Tem que ter uma aparência bem boa.”
Luan revela que ser bom no passinho traz além de reconhecimento, o assédio das meninas. Ele diz que sua namorada fica preocupada por ele ser o centro das atenções do baile.
“Qual é a garota que está namorando com o rei do passinho, a celebridade, e não vai se preocupar em vigiar o namorado? Ela sempre está dando uma olhada, porque a gente fica rodeado de garotas no baile. Ela sempre tem que ficar observando, porque sabe como é né, a gente vira celebridade, e as garotas ficam com medo de perder para outras garotas”, explica o auxiliar de pedreiro.
Irmão segue o mesmo passo
O sucesso de Luan fez com que seu irmão mais novo, Ronan, estudante de 17 anos, também seguisse literalmente o mesmo passo. O estudante explica que as batalhas de passinhos não têm pontos, o que determina quem é melhor são os gritos da plateia formada. Na internet, segundo o adolescente, os comentários postados por outros usuários do site é o que elege o vencedor da disputa.
“É uma sensação muito boa quando você está na roda de passinhos e a galera começa a gritar, parece que você é o rei da favela. Ás vezes nas batalhas há apostas em dinheiro, mas o lance é de no máximo R$ 10”, diz.
O pizzaiolo Wallace Teixeira, de 20 anos, começou a dar os primeiros passos de break, em 2008. Os movimentos produzidos pelo rapaz despertaram o interesse de outros freqüentadores dos bailes funk. Atualmente, Wallace dá aulas de passinho em casa, na Abolição, também no subúrbio do Rio.
“Poucos meninos conseguem ganhar dinheiro com o passinho. Todo mundo diz que a gente dança bem, mas faltam oportunidades, então para se sustentar temos que procurar outro tipo de emprego. É muito engraçado, eu preparo pizza dançando para descontrair e treinar uns movimentos diferentes”, fala Wallace.
Duelo em palco da classe média
Ao perceber o fenômeno na internet, o produtor cultural Julio Ludemir, resolveu levar a batalha de passinhos ao Sesc Tijuca, um palco habitualmente freqüentado pela classe média carioca. No dia 25 de setembro, vários meninos vão mostrar as habilidades com o corpo. Os melhores vão poder se apresentar em um outro evento do Sesc, onde vão ganhar cachê pela participação artística.
“O grande barato é customizar a dança, cada um cria a sua onda. O passinho tem uma nomenclatura livre, o mesmo passo recebe nomes diferentes de acordo com as comunidades. O passinho se afasta do campo de apologia ao crime e da imagem do erótico, isso é bom, porque se desvincula daquilo que tornava o funk perigoso”, ressalta Ludemir.
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