Espaço do Internauta

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Gastos com estádios correspondem a 8 mil escolas



Blog da Folha
Evento que serve de teste para a realização da Copa do Mundo de 2014, a Copa das Confederações está mostrando o que parece ser a incoerência dos gastos do governo. Com tantos problemas, a exemplo de infraestrutura e falhas grandes na educação, os investimentos do governo para os grandes eventos esportivos viraram também alvo dos protestos que levaram milhares de pessoas às ruas pelo Brasil.
Vinte e oito bilhões. Este é o valor da realização da Copa do Mundo. Desse total, de acordo com levantamento feito pelo portal Contas Abertas no Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), R$ 8,9 bilhões estão previstos para mobilidade urbana, R$ 7 bilhões para aeroportos e R$ 2,2 bilhões para segurança pública.
Essas aplicações deixariam legado, mas estão demorando a sair do papel. Somente 12,7% dos recursos destinados a esses itens específicos foram executados e menos da metade está contratado.
Para a construção dos 12 estádios, estão orçados R$ 7,1 bilhões. De acordo com a publicação, a construção já tem 60% dos recursos executados e 96% contratados. Fazendo uma comparação, com os recursos destinados às arenas da Copa do Mundo, seria possível construir 8 mil escolas para as séries iniciais do ensino fundamental ou adquirir 39 mil ônibus escolares. Além disso, abrangendo um pouco mais, 28 mil quadras poliesportivas poderiam ser implementadas ou modernizadas para o esporte educacional.
O que grande parte da população não sabe é que esses R$ 7,1 bilhões, em outras comparações, poderiam também ser utilizados para a construção de 2.842 quilômetros de trechos rodoviários. O valor também pode ser equiparado a construção de 1.421 quilômetros de trechos ferroviários. Ou até, esse valor aplicado nos estádios equivale a aproximadamente 128 mil casas populares do Minha Casa, Minha Vida.
Em valores correntes, os montantes investidos nas arenas para os grandes eventos esportivos correspondem ao gasto global do Ministério da Cultura entre os anos de 2001 e 2011, de acordo com o levantamento. Além disso, os bilhões aplicados representam aproximadamente sete anos de dispêndios do Ministério do Esporte, tendo como base o que foi gasto no ano passado. Vale a reflexão do que hoje é considerado prioridade para o Brasil.

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