Espaço do Internauta

domingo, 20 de março de 2011

Três corpos passam por exames e são liberados do IML

Foram os últimos exames feitos na sala do IML, que agora está fechada para reforma; os corpos foram levados, na última sexta, para o SVO, no Hospital das Clínicas


Reprodução/TV Globo
Foto: Reprodução/TV Globo
Até que sejam concluídos os reparos no Instituto de Medicina Legal (IML), as necropsias ficarão sendo feitas no Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), que fica no Hospital das Clínicas, na Cidade Universitária. Mas a mudança de endereço não acabou com a angústia das famílias, que continuam sem saber quando os corpos de parentes vão ser liberados.

"Eu não tou com expectativa nenhuma de conseguir nada porque o que eles estão fazendo é uma falta de respeito com a gente", se queixa a dona de casa Eliane Maria da Silva. O professor Jamersom Alves aguarda a liberação do corpo do pai para marcar o enterro, que seria em Itaíba, a mais de 300 quilômetros do Recife, mas ele não sabe se será possível atender esse desejo da família. "Acho impossível [levar par Itaíba] porque o corpo vai estar em estado de decomposição e não vai ter condições", reclama.

Neste sábado (19), o gerente de perícia do Instituto Médico Legal (IML) anunciou a liberação dos três últimos corpos que foram analisados no IML, antes da transferência para a Cidade Universitária. Às 10h, começaram a ser retirados os corpos do caminhão frigorífico. “Os corpos estão congelados, então vai retardar um pouco a necropsia. Mas assim que eles começarem a descongelar, os exames vão sendo feitos, e eles vão sendo liberados”, afirma o gerente de perícia do IML Jorge Mota.

Um dos corpos liberados foi o do cunhado da manicure Rosimere Queiroz. Depois de uma semana de espera, finalmente a família vai poder marcar o enterro. “Eu acho que não precisamos chegar a um ponto desses. Se todo mundo tivesse um consenso, conservasse, entrasse num acordo para melhorar as condições não só das famílias, mas, muito mais, do ser que partiu”, lamenta.

ACESSO
Quando a equipe de reportagem da TV Globo tentou registrar imagens da situação em frente ao SVO, um dos guardas tentou impedir (foto 2) e um carro foi parado em frente ao caminhão frigorífico. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Defesa Social,  as imagens do policial que tentou impedir as gravação serão analisadas e depois disso, o comando da Polícia Militar vai decidir quais providências tomar.

A SDS informou também que assistentes sociais e psicólogos estarão no SVO das 8h às 19h para dar orientações às pessoas que aguardam a liberação dos corpos. O presidente da Associação dos Médicos Legistas, Carlos Medeiros, disse que as necropsias serão feitas no SVO até que o IML seja liberado.

CRISE
O deslocamento dos 43 corpos para o SVO foi necessário por causa de uma determinação do Conselho Regional de Medicina (Cremepe) permitia que, a partir desta sexta, os médicos legistas liberassem os corpos no IML sem fazer os devidos exames. A última necropsia no IML foi realizada por volta das 17h da última quinta-feira (17).

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