Padre Josivan, da Igreja da Harmonia, recebeu notas falsas no ofertório
Nem mesmo a Casa de Deus vem escapando da ação dos bandidos. Num intervalo de dois meses, as coletas do ofertório da Igreja Bom Jesus do Arraial, conhecida como Igreja da Harmonia, em Casa Amarela, foram alvo de furtos durante a cerimônia. Sutilmente, durante a entrega das oferendas, uma das pessoas presentes na missa repassou cédulas de Real falsa, trocando por dinheiro verdadeiro que estava na cestinha. Em resumo: Doava um valor mais alto e pegava o troco. O golpe fez lembrar o velho ditado popular de que o padre caiu no conto do vigário. E caiu mesmo, por três vezes.
Cédula de R$ 100 falsa é comparada com verdadeira. Foto: Cecilia de Sá Pereira/DP/D.A Press |
"Anunciei que não iria mais autorizar o repasse de troco para as ofertas. Quem quiser doar, deve trazer o dinheiro de casa já trocado. Foi a maneira que encontrei para que o problema não venha se repetir", comentou ontem o padre. O assunto foi aborado durante as celebrações das 6h30, 9h e 17h. "Mostrei a nota falsa aos fiéis e me justifiquei porque não iria mais aceitar dar o troco das ofertas", comentou. Em cada uma das missas dos domingos, a Igreja da Harmonia recebe em média 400 católicos. "Não dá para saber quem fez isso. São muitas pessoas. A igreja é aberta a todos, não temos um controle de quem frequenta as missas", completou. "Se essa pessoa comparecer a cinco missas num domingo e trocar uma nota falsa de R$ 100 por outra verdadeira de R$ 50, no final do dia, estará com R$ 250 no bolso", contabilizou o padre Josivan.
Ainda meio sem jeito para falar no assunto, o religioso contou como descobriu o golpe. "Há dois meses, percebi que havia uma nota de R$ 20 falsa entre as ofertas. Pensei que pudesse ter sido entregue por algum fiel, sem saber, mas na missa da semana seguinte, o fato se repetiu. Foi quando fiquei desconfiado de que estava sendo alvo de um golpista", disse. E desta última vez, o padre Josivan ficou numa situação ainda mais vexatória. Sem reconhecer os sinais de falsificação na cédula de R$ 100, pagou um funcionário da igreja com o dinheiro. Por ironia do destino, se não fosse justamente pela falta da frase "Deus Seja Louvado", que fica no lado esquerdo da nota, o empregado também não teria notado.
O padre não imagina quem poderia estar dando o golpe. Ele garante que seus funcionários não têm relação com o caso. "São todos de confiança. Só peço encarecidamente que o autor do crime ponha a mão na consciência pois, afinal, estão roubando a Casa de Deus". O dinheiro das oferendas paga as despesas de manutenção da igreja e os empregados.
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