Aumento da renda média do trabalhador é destaque da Pnad, diz Paulo Bernardo
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, considera o aumento da renda média do trabalhador como um dos dados mais importantes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre 2004 e 2009, a renda real média do trabalho cresceu 20% segundo os dados da pesquisa. A Região Nordeste teve o melhor resultado, apresentando crescimento de quase 29%, praticamente 50% acima da média nacional. O Centro-Oeste foi a única região que apresentou queda do rendimento médio mensal do trabalhador em 2009 em relação ao ano anterior, de 0,6%.
O ministro também enfatizou a diminuição da desigualdade de renda dos trabalhadores. “Os trabalhadores mais pobres tiveram um aumento real de 5,9%, que continuou crescendo mais rapidamente do que a renda dos trabalhadores mais ricos, com rendas mais altas”, observou.
Outro destaque, de acordo com Paulo Bernardo, foi o número de trabalhadores com carteira assinada, mesmo com o desemprego provocado pela crise internacional, cujos reflexos começaram a ser sentidos no último trimestre de 2008. Pelos números da pesquisa, mais de 32 milhões de trabalhadores brasileiros tinham carteira assinada em 2009, ou seja, 59,6% da população que estava empregada.
Isso mostra que 483 mil trabalhadores saíram da informalidade em 2009, na comparação com o ano anterior. Otimista, o ministro prevê que, com o reaquecimento da economia, o número deve aumentar ainda mais em 2010. “Este ano, nós vamos ter praticamente 2 milhões e meio de empregos com carteira assinada”, disse.
Quanto ao desemprego, o ministro justificou como consequência direta da crise internacional. Pelos dados da Pnad, pelo menos 8,4 milhões de pessoas estavam desocupadas no Brasil em 2009. Isso representava 18,5% a mais em comparação a 2008, sendo que a taxa de desocupação passou de 7,1%, em 2008, para 8,3%.
“Na questão do desemprego, houve um impacto muito forte da crise. Isso, no primeiro semestre, principalmente. Como a pesquisa foi feita em setembro, mostra que, na época, os reflexos da crise ainda eram fortes, como o aumento do desemprego. Mas isso passou a ser superado depois de 2009 e, principalmente, em 2010”, disse.
Quanto à redução da taxa de ocupação na agricultura, que caiu de 17,4% para 17%, o ministro justificou a queda devido ao clima, principalmente, à seca nas principais regiões produtoras. “A safra do ano passado foi muito prejudicada pelo clima. A seca teve impactos negativos e terminou provocando a queda ainda mais na renda do setor do que na área urbana”. Para ele, já em 2010, há indícios de que a safra será muito maior.
No caso da indústria, que recuou de 15,1% para 14,7%, o ministro culpou a queda na taxa de ocupação à própria crise, mas lembrou que, logo após a crise, houve a recuperação do setor.
Do lado dos avanços sociais, Paulo Bernardo destacou a redução do analfabetismo e o número de crianças em idade escolar matriculadas. “Ou seja, [o número de] as crianças que estão na idade de estar na escola aumentou e isso está quase universalizado, representando um dado muito positivo”, disse. O IBGE constatou que o analfabetismo funcional – calculado como o percentual de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de estudo – também teve queda em todas as regiões do país, com taxa de 20,3%. O índice é 4,1 pontos percentuais menor que o de 2004 e 0,7 ponto percentual menor que o de 2008.
Outro dado relevante registrado na Pnad foi o crescimento do número de domicílios com computador, que aumentou de 12,2%, em 2004, para 27,4% no ano passado. Isso representa um avanço na utilização da internet seja para lazer, seja para a produtividade do brasileiro. “Se você somar com as escolas públicas que têm banda larga, nós já temos mais de 50% da população que têm acesso regular à internet. Isso é uma coisa muito positiva”, afirmou.
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