O anúncio oficial da chegada da WHB, nesta quinta-feira (11), à cidade de Glória do Goitá, representou uma nova perspectiva de futuro para a população do município da Mata Norte pernambucana e também das cidades vizinhas. A emoção foi tanta que o presidente da empresa, Teodoro Hubner Filho, sofreu um leve mal estar ao final da cerimônia, enquanto o governador Eduardo Campos ainda discursava. Ele foi socorrido e passa bem. A WHB é um importante player do segmento de autopeças brasileiro e deve gerar 1,8 mil postos de trabalho até 2018. O início da operação da fábrica acontece em julho próximo e a WHB será fornecedora da Fiat. Com sede em Curitiba, a empresa está investindo R$ 300 milhões na planta pernambucana, a segunda do grupo.
Para qualificar a mão de obra local para as vagas ofertadas pela empresa, a WHB abriu uma escola profissionalizante. O curso tem duração de cinco meses com carga horária diária de oito horas. As aulas começam nesta segunda-feira e terão conteúdos de português e matemática, além dos específicos em mecânica.
Sem trabalho fixo há cinco anos, Luciano Severino da Silva, 26, foi um dos selecionados para trabalhar na primeira fase do empreendimento, que deve empregar 250 pessoas nesta etapa. “Nunca tivemos uma oportunidade de receber uma indústria como essa. Vou me dedicar ao máximo”, disse o jovem.
No próximo ano, a WHB dará início ao Programa de Formação de Menores Aprendizes, quando serão destinadas vagas para jovens a partir de 14 anos. Parentes dos funcionários da empresa serão o público-alvo, dando continuidade à inclusão dos pernambucanos nas oportunidades de trabalho. “Eles fazem um curso de mecânica e saem com a vaga garantida”, garantiu o presidente da companhia, Teodoro Hubner.
A fábrica ocupará uma área total de 350 mil metros, dividida em três etapas. A primeira, com as obras civis iniciadas no final de novembro passado, terá 40 mil metros de área construída. O prazo para que a unidade fabril esteja operando com carga total é de até oito anos, quando atuará em quatro frentes de produção.
A WHB começa a operar fabricando virabrequins – eixo de manivelas que compõe o motor. A capacidade inicial é de 2 mil peças por dia. Cabeçotes, bielas e bloco motor serão os outros produtos fabricados no estado. Além da Fiat, estão na cartela de clientes da empresa curitibana a Volkswagem e a GM Motors. Teodoro faz planos para a planta pernambucana. “Daqui a dois ou três anos vamos inverter a rota e exportar para as indústrias automotivas da China”, disse.
Durante o discurso, Eduardo ressaltou a desconcentração da produção automotiva a partir de Pernambuco e o reflexo disso na economia. “Pernambuco mediu menos da metade do desemprego nos Estados Unidos, com 4,8% de taxa de desocupação entre os de menor escolaridade enquanto eles bateram a casa dos 10% no mesmo período”, revelou.
MIOJO – O município de Glória do Goitá vai receber ainda este ano outra fábrica: a da Nissin, que entra em operação em outubro. Antes do início do evento da WHB, Eduardo visitou as obras da fabricante de macarrão instantâneo. Ele estima que com as duas indústrias operando “mais de 10% da população do município estará trabalhando no setor industrial”.
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