Espaço do Internauta

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Dilma hesitou em anunciar medidas, temendo caráter impopular

Por Painel
 
Não é o que parece A maior preocupação do governo com as mudanças no seguro-desemprego e em pensões por morte anunciadas nesta segunda-feira (29) era bater na tecla de que não são medidas que reduzem direitos, mas corrigem distorções. Após hesitar durante dias, temendo o caráter impopular do pacote, Dilma Rousseff concordou com a adoção das medidas, mas instruiu auxiliares a dar exemplos didáticos de como as regras alteradas permitiam abusos e repetir que só futuros beneficiários serão afetados.
Retrospectiva O temor do Planalto era que, de novo, as medidas fossem interpretadas como estelionato eleitoral, uma vez que Dilma passou a campanha dizendo que Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) mexeriam em direitos trabalhistas e previdenciários, se fossem eleitos.
Feliz 2015 A próxima medida será a volta da Cide, o tributo dos combustíveis. Como não precisa ser aprovada no ano anterior à cobrança, pode ser anunciada tanto agora quanto nos primeiros dias depois da posse.
Eu?! Carlos Gabas participou da entrevista sobre o corte de benefícios sem saber que seria o próximo ministro da Previdência. Durante a coletiva, recebeu o recado para ir ao gabinete de Dilma quando o anúncio acabasse.
Bastão Gilberto Kassab e sua equipe passaram o dia nesta segunda reunidos com o estafe do Ministério das Cidades. O futuro titular vai indicar Elton Zacarias, seu ex-secretário de Habitação na Prefeitura de São Paulo, como secretário-executivo da pasta.
Vitrine Kassab também deve agraciar com cargos filiados do PSD que têm pretensões políticas. Ronaldo Cezar Coelho deve ocupar um cargo do ministério no Rio. Muitas das nomeações só devem ser feitas após a posse.
Porteira… Os atritos criados pela reforma ministerial fazem os dirigentes de partidos aliados pressionarem por mais cargos. O PP negociou o controle da Codevasf, do Dnocs e de outros órgãos vinculados ao Ministério da Integração Nacional.
… trancada No Ministério dos Transportes, o PR quer escolher toda a diretoria do Dnit. O atual ministro, Paulo Passos, disse a aliados que pretende deixar o governo para se dedicar a um curso, mas o partido quer mantê-lo na secretaria-executiva.
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Material girl A empresa contratada pelo cerimonial do Palácio do Planalto para a posse de Dilma testou o equipamento de som do evento nesta segunda com música pop e eletrônica. À tarde, ecoava um hit da cantora Madonna nos arredores da Praça dos Três Poderes.
Bem na foto Antes de viajar para o Natal, Dilma comemorava que já havia perdido 6 kg graças à dieta Ravenna. E arredondava: dizia aos mais próximos que era metade da meta de 13 kg que pretendia emagrecer até a posse.
Tampão 1 Com a perspectiva de crise política e aumento da insatisfação dos aliados com a escolha dos nomes para a Esplanada, alguns dirigentes partidários já apostam que a presidente poderá ter que enfrentar uma nova reforma ministerial em 2015.
Tampão 2 Pode ser preciso trocar nomes de siglas envolvidas no escândalo da Petrobras ou mudar ministros para conter as divisões que ameaçam esfarelar a coalizão do governo no Congresso.
Secou Uma das empreiteiras acusadas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras fez circular entre seus diretores e funcionários um e-mail que dizia ser “expressamente proibido” dar ou receber brindes e presentes neste fim de ano.
Maus meninos A construtora quer evitar novas evidências de intimidade com políticos e funcionários públicos. O empregado que receber qualquer mimo será obrigado a devolvê-lo.

TIROTEIO
Dilma termina o primeiro governo como um Robin Hood às avessas: tira dinheiro dos trabalhadores, mas não implementa a taxação de fortunas dos poderosos.
DO PRESIDENTE DA FORÇA SINDICAL, MIGUEL TORRES, sobre o anúncio do corte de R$ 18 bilhões em benefícios trabalhistas feito ontem.

CONTRAPONTO
Melhores amigos
Em uma das últimas votações do ano no Congresso, o deputado Silvio Costa (PSC-PE) iniciou um bate-boca com a cúpula da Câmara sobre emendas propostas para o texto. O pernambucano relatou ao presidente Henrique Alves (PMDB-RN) um acordo que dizia ter firmado com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).
–Sr. presidente, eu fui informado pelo deputado Eduardo Cunha…
Antes que Costa completasse a frase, Alves interrompeu o colega, único deputado do PSC que não declarou apoio a Cunha na disputa pela presidência da Câmara:
–O sr. ouve demais o deputado Eduardo Cunha…

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